Anuário da CNT revela disparidade entre crescimento da movimentação de cargas e a malha rodoviária no país
O Anuário CNT do Transporte 2018, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, revela que o transporte rodoviário, que é o responsável pela movimentação de 61% das cargas em todo o país, teve um crescimento de apenas 0,5% em sua malha rodoviária pavimentada entre os anos de 2009 e 2017.
Nesse período, a proporção de rodovias pavimentadas se manteve a mesma: apenas 12,4% do total de 1.720.700 quilômetros.
Esses dados revelam um descompasso com o crescimento da frota de veículos, que foi de 65,4% no mesmo período, sem contar o aumento das movimentações de cargas no mercado interno. Verifica-se, ainda, uma baixa qualidade da infraestrutura disponível, onde 61,8% da extensão avaliada pela CNT tem algum tipo de problema, seja no pavimento, na sinalização ou na geometria da via.
Informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, demonstram que a balança comercial do Brasil chegou ao superávit de US$ 362 milhões na primeira semana de agosto. As exportações no período foram de US$ 2,415 bilhões, enquanto as importações, US$ 2,052 bilhões. Em 2018, o saldo positivo é de US$ 34,398 bilhões.
Ao mesmo tempo, os setores de logística e transporte de cargas enfrentam problemas contra roubos de cargas. No Brasil, o prejuízo causado pelas quadrilhas chegou a R$ 1,5 bilhão em 2017, segundo a NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). Somente no Estado de São Paulo, em 2017, foram registradas 10.584 ocorrências de roubo de cargas, representando aumento de 6% em relação a 2016. Os produtos mais visados pelos ladrões são alimentos, cigarros, eletrônicos e remédios.
Segundo Clésio Andrade, presidente da CNT, é certo que conhecer bem a evolução do transporte no Brasil favorece o planejamento e a definição mais adequada de projetos prioritários e de investimentos. “Com a compilação desses dados, a CNT cumpre sua missão institucional de contribuir para a promoção do desenvolvimento do setor e de aprimorar informações fundamentais ao seu planejamento sistêmico e integrado”, observa.
Clésio ainda afirma que “Os dados revelam a dimensão do setor, a diversidade da atuação dos transportadores e os gargalos que ainda precisam ser solucionados na infraestrutura nacional. Nesse sentido, o trabalho da CNT é essencial na medida em que pode balizar a elaboração de projetos e de políticas públicas relacionadas ao setor de transporte”.
Fonte: Mundo Logística / CNT