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Publicado em 29/11/2012

Brasil precisa renovar sua frota de caminhões de carga para aumentar eficiência

O Brasil, cuja matriz de transporte corresponde em sua maioria o modal rodoviário, possui uma das frotas mais antigas de caminhões do mundo. De acordo com dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT), a média de idade dos caminhões em funcionamento nas rodovias é de 21 anos, sendo que o ideal seria oito.

Dos 1.806.849 caminhões registrados no banco de dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), 30% possuem mais de 20 anos de uso. A coordenadora de qualidade da CNT, Marilei Menezes, afirma que esse número só tende a crescer, já que a medida que a frota das empresas envelhece, ela é revendida para autônomos, que têm dificuldades de conseguir financiamentos para adquirir caminhões mais novos.

Menezes frisa a importância de diminuir a quantidade de caminhões velhos nas estradas, pois os novos motores poluem sete vezes menos do que os antigos, que hoje são responsáveis por 77% das emissões de monóxido de carbono. “(Os caminhões antigos) necessitam maior manutenção, possuem tecnologia obsoleta, comprometem o desempenho das movimentações e a segurança.”

De acordo com ela, a questãode segurança é uma das maiores preocupações, já que das atividades econômicas no Brasil, o veículos de cargas é responsável por 10% dos óbitos. Quando essa comparação abrange apenas transporte de cargas, os caminhões são responsáveis por 40% das mortes.

Facilidade para autônomos

A CNT idealizou em 2009 o programa Renovar, que buscar revitalizar as frotas de caminhões de carga nacional. Menezes aponta como um dos principais pontos positivos do plano é o bônus oferecido. “Quando o transportador adere ao programa, ele recebe um bônus para entregar o velho para adquirir um veiculo semi-novo ou até mesmo novo”, explica.

Além do bônus, o participante autônomo também terá maior facilidade na hora de adquirir um financiamento e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Assim como a CNT, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também pretende facilitar o financiamento de caminhões. O assessor Samy Kopit conta que o banco pretende trabalhar em duas frentes: oferecer financiamento para a aquisição de novos caminhões e para a instalação de unidades recicladoras.

Segundo Kopit, o BNDES concederá um certificado que, mediante a entrega de caminhão das recicladoras, permitirá o financiamento de um veiculo novo ou semi-novo em condições diferenciadas.

Menezes e Kopit são efusivos quando afirmam que apenas facilitar a renovação da frota irá adiantar. “Um dos nossos objetivos é retirar das rodovias de vez caminhões velhos e iniciar a reciclagem, assim como é feito em países como a Colômbia, Japão e Espanha”, afirma a coordenadora de qualidade da CNT.


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