Metrópoles brasileiras restringem transporte de cargas
Após alguns anos de números não muito animadores devido à crise econômica, o setor logístico brasileiro vive um ótimo momento: de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), estima-se que 2017 tenha sido o melhor ano em termos de expansão do PIB desde 2011. O crescimento impactou diretamente o transporte de cargas no país, que, no último ano, registrou R$ 4,2 trilhões em movimentações – um aumento de 50% em relação a 2016. No entanto, com a perspectiva de números ainda melhores para 2018 e 2019 devido ao crescimento da produção mundial, os gestores de logísticas precisam enfrentar um desafio que pode prejudicar suas operações logísticas: a restrição e controle cada vez maiores de veículos de cargas nas principais metrópoles brasileiras.
Segundo o estudo “Logística Urbana: Restrições aos Caminhões?”, realizado pela CNT, muitos problemas enfrentados pelas transportadoras – e, consequentemente, pelas empresas que dependem dos serviços delas – nos últimos anos são provocados pelo processo de urbanização acelerada, mas não necessariamente planejada, de grandes cidades. O estudo analisou as condições de transporte de cargas em 7 cidades: São Paulo (SP), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Goiânia (GO) e Manaus (AM). Atualmente, essas metrópoles juntas representam 84% da população brasileira e nelas circulam mais de 96 milhões de veículos automotores.
O crescimento desenfreado nas últimas décadas e a falta de planejamento urbana levaram grandes cidades a priorizar o escoamento de veículos e, por isso, criar regras em relação ao transporte de cargas em áreas urbanas, especialmente em relação ao trânsito de caminhões em horários comerciais. Segundo o estudo da CNT, estima-se que, atualmente, mais de 200 cidades de todo o Brasil apliquem essas restrições. A grande dificuldade para os profissionais de logística está no impacto das medidas no preço do frete. De acordo com o relatório da entidade, o valor do frete aumenta em 20% em casos em que a carga deve passar pelas cidades que contam com restrições de veículos de carga.
Para a CNT, as medidas das prefeituras não só têm um impacto direto no valor do frete, como dificultam o planejamento do transporte de cargas, aumentam os custos operacionais e diminuem a qualidade dos serviços de abastecimento das cidades. Isso porque as restrições exigem que empresas e transportadoras façam suas entregas em horários em que o risco de assaltos é maior, contem com profissionais para receber a carga fora de horário comercial, precisem redesenhar rotas de entrega (para evitar o veículo parado por muito tempo ou rotas muito mais longas do que as originais), entre outras questões. “É preciso aprimorar as políticas públicas de trânsito, investir em infraestrutura, sinalização e fiscalização, ampliar vagas de carga e descarga e aumentar a segurança nas cidades, entre outras providências para que o transporte de mercadorias em centros urbanos seja mais rápido, eficiente e de baixo custo”, afirma a CNT no estudo.
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Fonte: Valor Econômico