Modernização no setor de transportes ainda é tímida
A chamada Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, expressão que engloba algumas tecnologias para automação e troca de dados e que visa a execução de “Fábricas Inteligentes” com suas estruturas modulares é um tema que está presente em vários setores industriais, mas ainda parece ter um longo caminho a percorrer quando o assunto é o setor de transportes. Essa conclusão partiu de uma pesquisa sobre o perfil das transportadoras do Brasil, realizada em colaboração entre TruckPad, Estradão e Ipsos.
De acordo com o estudo, mais de 40% das empresas do setor ainda usam planilhas como principal ferramenta na hora de contratar autônomos e 23% das transportadoras não usam nenhum Sistema de Gerenciamento de Transporte (TMS) para coordenar as demandas de fretes. E mais, 25% dos sócios, donos e CEOs das empresas pesquisadas não sabem quais ferramentas estão sendo usadas dentro das próprias empresas.
Para essa pesquisa, aproximadamente 400 pessoas de empresas transportadoras foram entrevistadas. Desses, 70% – sócios, donos, CEOs, diretores ou gerentes – tiveram como principal objetivo entender o comportamento, atitudes, motivações e perspectivas desse setor em território nacional.
A pesquisa ainda levantou informações que contemplam desde o perfil dos entrevistados e atuação no mercado até a adoção de ferramentas. Além dos dados analisados, as conclusões do estudo vão possibilitar a formulação de análises profundas do comportamento do mercado e exploração de conceitos e oportunidades. A intenção foi traçar um perfil dos anseios desse segmento para ajudar a direcionar as ações e projetos com mais eficiência.
A partir dos dados coletados na pesquisa, foi possível traçar um panorama desse segmento no país. Foi constatado que as transportadoras concentram suas atividades nas regiões Sudeste (53,7%) e Sul (19,1%), enquanto as outras regiões do Brasil têm atuação bem tímida: são 12,6% no Centro-Oeste, 10,7% no Nordeste e apenas 3,7% no Norte.
Quase metade das transportadoras brasileiras focam a operação em um segmento específico, com 9,3% das empresas transportando carga fracionada. Em seguida vem 8,3% das transportadoras atuando no segmento de refrigerados/frigoríficos/perecível, 7,4% em carga perigosa/químicos e 6,5% em eletrônicos e eletrodomésticos, mesma porcentagem para empresas transportando grãos e insumos agrícolas.
Além disso, a pesquisa também apontou que o baú é o tipo de carroceria mais usado pelas transportadoras para transportar essas cargas prioritárias (34,3%), com mais de o dobro do sider e do frigorífico, com 13,9% e 12%, respectivamente. Ainda sobre os veículos, foi constatado que quase 60% das transportadoras operam com caminhões com mais de 5 anos de uso.
Fonte: Mundo Logística