Reajustes anuais de planos de saúde pressionam custos das empresas
Nos últimos anos, uma realidade para os mais de 47 milhões de brasileiros que têm planos de saúde, sejam eles individuais ou coletivos, são os reajustes considerados abusivos: aumentos anuais que vão desde 14% a mais de 100% são cada vez mais comuns, especialmente quando analisamos planos coletivos, empresariais ou por adesão. O resultado disso é um impacto importante nos custos das empresas que oferecem esse benefício para seus colaboradores.
Segundo matéria divulgada pelo El País, enquanto a inflação oficial fechou em 2,71% nos últimos 12 meses, a menor alta de preços desde 1999, os planos de saúde vem sofrendo aumentos muito maiores que a inflação: “Há uma falha de regulação. Os dados que temos não justificam um aumento tão expressivo nos valores cobrados”, explica Heron do Carmo, professor da USP e economista especializado em processos inflacionários. De acordo com Carmo, nos últimos 12 meses, remédios e outros produtos farmacêuticos tiveram um aumento de 5,12%, enquanto os serviços hospitalares subiram 4,31%.
Um dos principais motivos para esses aumentos é a falta de regulamentação de reajustes de planos coletivos pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS): atualmente, a ANS estabelece um teto de reajuste (de 13,55%) apenas para planos individuais, que, hoje em dia, raramente são ofertados pelas seguradoras. Dos cerca de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde, apenas 9,4 milhões são clientes de contratos individuais. Mais de 38 milhões de pessoas estão em planos coletivos, empresariais ou por adesão, que podem ser reajustados de forma livre: estima-se que a média de reajuste dos planos coletivos ultrapassa 14%, de acordo com dados da própria ANS.
Além da ANS, operadoras e algumas das principais entidades da área, como a FenaSaúde e Abramge, explicam que os reajustes levam em consideração não apenas a variação nos custos de saúde, mas também a maior utilização dos serviços, incorporação de procedimentos padrão e de novas tecnologias, além do fatores sócio-demográficos, como o aumento da expectativa de vida da população.
Segundo a Agência Nacional de Saúde Complementar, a não existência de um teto de reajustes para planos coletivos é justificada pois “as pessoas jurídicas possuem maior poder de negociação junto às operadoras, o que, naturalmente, tende a resultar na obtenção de percentuais vantajosos para a parte contratante”. No entanto, não é isso que temos visto no mercado. Por maior que seja o contrato, todos os anos profissionais responsáveis pela gestão de benefícios se veem no dilema da renegociação de apólices.
Entender o ambiente do mercado de seguros, a inflação e o cenário de saúde do país é fundamental para os responsáveis pelos benefícios da sua empresa na hora de negociar junto às operadoras. Basear a negociação em casos concretos, dados e benchmarks vai ser decisivo para um reajuste menor, que pode resultar em um contrato com custo reduzido e com a mesma ou, até mesmo melhor, cobertura para os colaboradores.
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Fonte: El País